Chegando para trazer grandes mudanças, a rota 2030 entrou em vigor em 2018. E se você gosta de carros, saber sobre os impactos dessa mudança na indústria nacional de veículos é fundamental, principalmente para quem pretende comprar ou revender carros.
Neste texto, você entenderá o que é rota 2030, quais são seus objetivos e o que ela muda nos setores automobilísticos do brasileiro e internacional.
O que é a rota 2030?
Apesar do nome, que mais parece o de uma rodovia mal-assombrada, a rota 2030 na verdade é a substituta do programa de estímulo à indústria brasileira, que teve seu fim em 31 de dezembro de 2017.
A principal meta do programa rota 2030 é fazer com que o Brasil se torne um dos maiores mercados automobilísticos do mundo a longo prazo.
No ano de 2030, já se espera que o país conte com tecnologia de ponta como a de países de primeiro mundo, além de já ter se tornado um polo em produção de veículos em escala mundial. Estimular a produção de carros híbridos no Brasil também é um dos objetivos da rota.
Em um workshop feito em setembro/2018, foram apresentados alguns detalhes do novo regime, que terá como foco:
- recuperação dos fornecedores perdidos;
- localização de novas tecnologias;
- maior eficiência energética e produção de carros híbridos mais baratos;
- melhoria em pesquisa, engenharia e desenvolvimento;
- segurança;
- inspeção veicular;
- logística;
- tributação.
Como vai funcionar?
Por ter um extenso período de implementação, a rota 2030 será aplicada por meio de 3 etapas com duração de 5 anos cada. As montadoras e as empresas precisam alcançar algumas metas para receberem descontos e benefícios.
A primeira etapa estabelecerá uma meta de 12% para a evolução e eficiência dos novos automóveis comerciais leves por pelo menos 5 anos.
Para ganharem incentivos fiscais de até R$ 1,5 bilhão por ano, as empresas automobilísticas precisam investir R$ 5 bilhões na área de Pesquisa e Desenvolvimento anualmente.
As fabricantes de veículos ainda poderão ganhar benefícios adicionais caso a redução do consumo de combustível de seus carros seja maior que 11%. Ao fazerem isso, elas estarão aptas a ganhar um desconto adicional no IPI que pode variar entre 1% e 2%.
Entretanto, outra exigência para que os benefícios possam ser adquiridos é a apresentação de uma etiqueta nos veículos, na qual deverá constar todas as informações sobre a melhora na eficiência energética, bem como os itens obrigatórios de segurança para os motoristas.
Caso existam empresas fora do programa e/ou que descumpram as metas estipuladas, estas serão punidas com uma multa de até 20% do total de ganhos com as vendas.
Também serão cobradas multas entre R$ 50,00 e R$ 360,00 para cada veículo que for vendido sem os itens de segurança obrigatórios ou que não apresentarem melhorias em relação ao gasto de combustível e/ou eficiência energética.
O que os motoristas ganharão com essas mudanças?
Os motoristas terão algumas melhorias significativas, como o possível acesso a veículos com tecnologias comparáveis aos dos modelos vendidos em países mais desenvolvidos.
Entretanto, espera-se que o cumprimento das metas cause uma queda no valor de carros híbridos e elétricos, que infelizmente são pouco acessíveis por conta dos elevados preços e da falta de preparo de muitos postos de gasolina para atendê-los.
Além disso, novos itens de segurança serão implantados nas novas produções, o que implicará em veículos finais mais seguros para os seus compradores. Os carros também contarão com novas tecnologias para facilitar a condução e torná-los mais eficientes.
Os demais modelos de veículos, bem como os importados, não sofrerão alteração em seus preços. É preciso lembrar que este não é o foco principal da rota 2030, mas sim a melhoria da eficiência energética e a atração de mais investimentos estrangeiros da área automobilística para o país.
Entendendo o que é a rota 2030, qual será a sua atuação e seus efeitos para o consumidor, você estará mais antenado sobre este mercado que está em constante crescimento e expansão. Com a vinda de novos investidores, carros importados aparecerão com mais frequência nas estradas brasileiras.